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Salvador, Bahia, Brazil
Professora de química que gosta de utilizar as Tecnologias de Informação e Comincação como ferramenta pedagógica.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ligações químicas pelo modelo do octeto

1. Teoria do octeto
2. Ligações químicas
• Ligação iônica ou eletrovalente
• Valência
• Eletrovalência
• Ligação covalente
• Ligação dativa
• Ligação metálica
• Eletronegatividade
3. Tipos de substâncias
• Substância iônica ou eletrovalente
• Substância molecular
• Substância covalente
4. Fórmulas eletrônicas e estruturais
5. Número de oxidação
• Nox e valência

1. Teoria do octeto
Na natureza, todos os sistemas tendem a adquirir a maior estabilidade possível. Os átomos ligam-se uns aos outros para aumentar a sua estabilidade. Os gases nobres são as únicas substâncias formadas por átomos isolados.
Conclusão: os átomos dos gases nobres são os únicos estáveis.
Os átomos dos gases nobres são os únicos que possuem a camada da valência completa, isto é, com oito elétrons (ou dois, no caso da camada K).
Conclusão: a saturação da camada da valência com oito elétrons (ou dois, no caso da camada K) aumenta a estabilidade do átomo.
A configuração eletrônica com a camada da valência completa é chamada configuração estável. Os átomos dos gases nobres são os únicos que já têm a camada da valência completa.

Teoria do octeto - Os átomos dos elementos ligam-se uns aos outros na tentativa de completar a camada da valência de seus átomos. Isso pode ser conseguido de diversas maneiras, dando origem a diversos tipos de ligações químicas.


2. Ligações químicas
Ligação iônica ou eletrovalente é a atração eletrostática entre íons de cargas opostas num retículo cristalino. Esses íons formam-se pela transferência de elétrons dos átomos de um elemento para os átomos de outro elemento.
Para se formar uma ligação iônica, é necessário que os átomos de um dos elementos tenham tendência a ceder elétrons e os átomos do outro elemento tenham tendência a receber elétrons.
Quando os átomos de dois elementos A e B têm ambos tendência a ceder ou a receber elétrons, não pode se formar uma ligação iônica entre eles.
Os átomos com tendência a ceder elétrons apresentam um, dois ou três elétrons na camada da valência; são todos átomos de metais, com exceção dos átomos de H e He. Os átomos com tendência a receber elétrons apresentam quatro, cinco, seis e sete elétrons na camada da valência; são os átomos dos não-metais e do H.
Uma ligação iônica forma-se entre um metal e um não-metal ou entre um metal e o H. Os elétrons são transferidos dos átomos dos metais para os dos não-metais ou do H.
Os átomos dos metais, cedendo elétrons, transformam-se em íons positivos ou cátions, e os átomos dos não-metais ou do H, recebendo elétrons, transformam-se em íons negativos ou ânions.
Todo ânion monoatômico tem configuração estável, semelhante à de um gás nobre, porque, na formação do ânion, o átomo recebe exatamente o número de elétrons que falta para ser atingida a configuração estável.
Nem todo cátion monoatômico tem configuração estável. O átomo, ao ceder os elétrons de sua camada da valência , nem sempre fica com configuração estável.
Os cátions dos metais alcalinos e alcalino-terrosos, bem como o cátion de alumínio, têm configurações estáveis. Os cátions dos metais de transição não têm, em sua maioria, configuração estável.
Valência é o poder de combinação dos elementos. O conceito de valência foi criado por Berzelius, em 1820.
Eletrovalência é a valência do elemento na forma iônica. É igual à carga do seu íon monoatômico.
Ligação covalente é um par de elétrons compartilhado por dois átomos, sendo um elétron de cada átomo participante da ligação.
Ligação dativa ou coordenada é um par de elétrons compartilhado por dois átomos, no qual os dois elétrons são fornecidos apenas por um dos átomos participantes da ligação. Forma-se quando um dos átomos já tem o seu octeto completo e o outro ainda não.
Ligação metálica é constituída pelos elétrons livres que ficam entre os cátions dos metais (modelo do gás eletrônico ou do mar de elétrons). Os metais são constituídos por seus cátions mergulhados em um mar de elétrons.
A ligação metálica explica a condutividade elétrica, a maleabilidade, a ductilidade e outras propriedades dos metais.
Eletronegatividade de um elemento é uma medida da sua capacidade de atrair os elétrons das ligações covalentes das quais ele participa.
Quanto maior for a capacidade de um átomo de atrair os elétrons das ligações covalentes das quais ele participa, maior será a sua eletronegatividade.
Ligação covalente polar é aquela que constitui um dipolo elétrico. Forma-se quando as eletronegatividades dos elementos ligados são diferentes.
Ligação covalente apolar é aquela que não constitui dipolo elétrico. Neste caso, as eletronegatividades dos átomos ligados são iguais.

3. Tipos de substâncias
Substância iônica ou eletrovalente é toda substância que apresenta pelo menos uma ligação iônica. Mesmo as substâncias que apresentam ligações iônicas e covalentes são classificadas como iônicas.
Substância molecular apresenta somente ligações covalentes e é formada por moléculas discretas.
Substância covalente apresenta somente ligações covalentes e é formada por macromoléculas.

Propriedade das substâncias iônicas
Alto ponto de fusão (PF) e ponto de ebulição (PE).
Sólidas à temperatura ambiente.
Conduzem a corrente elétrica no estado fundido e não no estado sólido.
Cristais duros e quebradiços.

As substâncias moleculares não apresentam as propriedades acima. As substâncias covalentes, ao contrário das moleculares, têm PF e PE altíssimos (analogia com as iônicas).


3. Fórmulas eletrônicas e estruturais
Estruturas de Lewis ou fórmulas eletrônicas são representações dos pares de elétrons das ligações covalentes entre todos os átomos da molécula, bem como dos elétrons das camadas da valência que não participam das ligações covalentes.
Estruturas de Couper ou fórmulas estruturais planas são representações, por traços de união, de todas as ligações covalentes entre todos os átomos da molécula.
Simples ligação é uma ligação covalente entre dois átomos (A - B).
Ligação dupla são duas ligações covalentes entre dois átomos (A = B).
Ligação tripla são três ligações covalentes entre dois átomos (A º B).

4. Número de oxidação
Número de oxidação (nox) é um número associado à carga de um elemento numa molécula ou num íon.
O nox de um elemento sob forma de um íon monoatômico é igual à carga desse íon, portanto é igual à eletrovalência do elemento nesse íon.
O nox de um elemento numa molécula e num íon composto é a carga que teria o átomo desse elemento supondo que os elétrons das ligações covalentes e dativas se transferissem totalmente do átomo menos eletronegativo para o mais eletronegativo, como se fosse uma ligação iônica.


* Elementos com nox fixo em seus compostos
metais alcalinos (+1)
metais alcalino-terroso (+2)
alumínio (+3)
prata (+1)
zinco (+2)

O oxigênio é o mais eletronegativo de todos os elementos, exceto o flúor. O oxigênio tem nox negativo em todos os seus compostos, exceto quando ligado ao flúor.
Na grande maioria de seus compostos, o oxigênio tem nox = -2. Nos peróxidos (grupo -O-O-) o oxigênio tem nox = -1.

O hidrogênio é menos eletronegativo que todos os não-metais e semimetais; por isso, quando ligado a esses elementos, tem nox positivo e sempre igual a +1.

O hidrogênio é mais eletronegativo que os metais; por isso, quando ligado a esses elementos, tem nox negativo e sempre igual a -1.

A soma dos nox de todos os átomos de:
•uma molécula é igual a zero.
•um íon composto é igual à carga do íon.

O nox de qualquer elemento sob forma de substância simples é igual a zero.

O nox máximo de um elemento é igual ao número do grupo onde está o elemento na Tabela Periódica, com exceção dos elementos do Grupo VIIIB.

O nox mínimo é igual a (número do grupo - 8),no caso de o elemento ser um não-metal ou um semimetal.

Nox e valência - O nox de um elemento na forma de um íon monoatômico é igual à sua eletrovalência. O nox de um elemento na forma de molécula ou de íon composto não é obrigatoriamente igual à sua valência. A valência, nesses casos, é dada pelo número de ligações covalentes e dativas. Cada ligação covalente conta como uma unidade de valência, e cada ligação dativa, como duas unidades de valência.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A Tabela Periódica dos Elementos

Os cientistas, em 1800, já haviam acumulado uma quantidade significativa de informações relativas às propriedades físicas e químicas dos elementos químicos conhecidos. Contudo fazia-se necessário correlacionar esses elementos entre si. A tabela periódica dos elementos surge da necessidade de uma ordenação dos elementos químicos.
A tabela periódica atual resultou do esforço de dois químicos, um russo, Dimitri Mendelev, e um alemão, Julius Lothar Meyer, que trabalharam independentemente e estabeleceram tabelas similares. O químico Mendelev apresentou os resultados de seu trabalho à Sociedade Russa de Química no começo de 1869, enquanto que a tabela de Meyer só apareceu em dezembro desse mesmo ano, de forma que, geralmente, se atribui à tabela periódica a Mendelev.
A tabela periódica atual é ordenada em ordem crescente de números atômicos, observa-se uma repetição periódica de propriedades físicas e químicas.

Estrutura da Tabela Periódica
A tabela é formada por dezoito colunas verticais denominadas de grupos ou famílias e sete filas horizontais denominada de séries ou períodos

Os períodos ou séries são as sete filas horizontais da Tabela Periódica, logo temos 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º. Reúnem elementos com configurações eletrônicas diferentes, portanto, com propriedades diferentes.

As famílias ou grupos são as dezoito colunas verticais da Tabela Periódica. São numerados atualmente de 1 a 18, mas ainda é bastante comum a utilização de uma representação com letras e números. Reúnem elementos com configurações eletrônicas semelhantes, portanto, com propriedades semelhantes.

Elementos representativos são aqueles cujo subnível de maior energia de seus átomos é s (bloco s) ou p (bloco p).


Bloco s - Grupos: 1 (ou IA) e 2 (ou IIA)
Bloco p - Grupos: 13 (ou IIIA), 14 (ou IVA), 15 (ou VA), 16 (ou VIA), 17 (ou VIIA) e 18 (ou VIIIA ou 0 )

Elementos de transição são aqueles cujo subnível de maior energia de seus átomos é d. Constituem o bloco d, os Grupos de 3 a 12 (IB, IIB, IIIB, IVB, VB, VIB, VIIB e VIIIB).

Elementos de transição interna ou são aqueles cujo subnível de maior energia de seus átomos é f. Constituem o bloco f, os lantanídeos ou terras-raras (Z = 59 e Z = 71) e os actinídeos (Z = 89 a Z = 103).

Principais famílias
1 ou IA - Metais alcalinos: Li, Na, K, Rb, Cs e Fr
2 ou IIA - Metais alcalino-terrosos:Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra
14 ou IVA - Família do carbono: C, Si, Ge, Sn e Pb
15 ou VA - Família do nitrogênio: N, P, As, Sb e Bi
16 ou VIA - Calcogênios: 0, S, Se, Te e Po
17 ou VIIA - Halogênios: F, Cl, Br, I e At
18 ou VIIIA ou 0 - Gases nobres: He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn

Propriedades periódicas
Propriedades aperiódicas - Os valores somente crescem ou decrescem à medida que aumenta o número atômico. Exemplos: massa atômica e calor específico.

Propriedades periódicas - Os valores crescem e decrescem sucessivamente à medida que aumenta o número atômico. A maioria das propriedades dos elementos é periódica. Exemplos:

a)Energia de ionização (EI) é a energia necessária para retirar um elétron de um átomo no estado gasoso.
b)Eletroafinidade ou afinidade eletrônica (AE) é a energia envolvida no processo em que um elétron é anexado a um átomo no estado gasoso.
c)Eletronegatividade é a tendência que um átomo tem, de atrair elétrons em uma ligação química. Resulta da combinação entre a energia de ionização e a eletroafinidade, por exemplo:
Um átomo com alta EI e alta AE possui alta eletronegatividade.
d)Reatividade química é a capacidade de perder ou ganhar elétrons com facilidade, ou seja, reage facilmente, por exemplo:
Um átomo reage facilmente quando possui baixa EI ou alta AE.
e)Caráter metálico mede que um átomo possui de perder elétrons. Quanto maior a EI maior o caráter metálico.

Classificação dos elementos químicos quanto às propriedades

1. Metais:
- possuem de 1 a 4 elétrons na camada de valência;
- abrangem os elementos de transição (grupos 3 a 12), metais alcalinos (grupo 1), metais alcalinos- terrosos (grupo 2) e o grupo 3 (ou IIIA, exceto o Boro), estanho (Sn), Chumbo (Pb) e o bismuto (Bi);
- são sólidos (exceto o mercúrio – Hg), densos, possuem brilho, conduzem calor e eletricidade, são maleáveis, dúcteis e resistentes (mecanicamente e termicamente) e possuem geralmente altos pontos de fusão e ebulição.

2.Ametais:
- possuem de 5 a 7 elétrons na camada de valência;
- suas propriedades são opostas aos dos metais, ou seja não possuem brilho metálico, quando sólidos são quebradiços, são maus condutores de eletricidade;
- são encontrados no três estados físicos: sólido (C, P, S, Se e I); líquido (Br) e gasoso (N, O, F, H).

3. Semi-metais ou metalóides
- apresentam propriedades intermediárias entre os metais e ametais
- são semi-metais: B, Si, Ge, As, Sb, Te e Po;
- o silício (Si) é o segundo elemento químico mais abundante na crosta terrestre e pode ser utilizado na fabricação de componentes eletrônicos.

4. Gases Nobres
- também conhecidos como gases raros ou gases inertes;
- apresentam a camada de valência preenchida com oito elétrons (exceto o Hélio que possui dois elétrons)

Observações:
- Elementos localizados num mesmo período apresentam igual número de camadas eletrônicas ao número do período. Exemplo: elementos do 5º período têm os elétrons de seus átomos distribuídos em cinco níveis de energia.
- Camada de valência é a camada mais externa de átomo de um elemento química em que forma a ligação química.
- Elementos de um mesmo grupo apresentam o esmo número de elétrons na camada de valência.

Para saber mais:
SANTOS, W. L. P. et al. Química & Sociedade: elementos, interações e agricultura, volume 3, São Paulo: Ed. Nova Geração, 2004.
PERUZO F. M. e CANTO E. L. Química na abordagem do cotidiano, volume 1, , 3ª edição, São Paulo: Ed. Moderna, 2003.
http://www.tabela.oxigenio.com/
http://www2.fc.unesp.br/lvq/tabela.html#
http://profmokeur.ca/quimicap/quimicacap.htm
http://www.dayah.com/periodic/

terça-feira, 4 de novembro de 2008

UM OCEANO DE PLÁSTICO

Durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.

Foto do vórtex
No oceano pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros . Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos.
Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico. Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.

Ocean Plastic

O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.

Tartaruga deformada por aro plástico



A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.

Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave
Segundo PNUMA, o programa das nações unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.

Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico
E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.
Fontes: The Independent, Greenpeace e Mindfully.